sexta-feira, 1 de setembro de 2017

O absolutismo e a reforma religiosa

       O absolutismo e a reforma religiosa

Durante a Idade Moderna, a base do poder absoluto do rei foi formada pelas duas classes sociais de elite --a nobreza e a burguesia-- e pela igreja. No entanto, neste mesmo período, percebemos grandes transformações na organização religiosa do cristianismo, com o movimento reformista e a formação de novas doutrinas, iniciados por Lutero.

Apesar da quebra da unidade do cristianismo, dividido a partir de então em doutrinas diferentes, a religião continuou a ter um papel importante na formação cultural do homem europeu e, conseqüentemente, foi utilizada para apoiar e/ou justificar o poder real.

Ao analisarmos as estruturas do absolutismo em diversos países, percebemos a importância que a religião assumiu na organização do poder de Estado.

Apesar dessa importância, os principais teóricos do absolutismo se utilizaram do discurso racional, de origem renascentista. Maquiavel defende a utilização de todos os meios ao alcance dos governantes para a centralização do poder; para Thomas Hobbes, o absolutismo era necessário para a organização social, superando o "egoísmo intrínseco ao homem". No século 17, Jacques Bossuet, bispo francês, estabelece a relação entre o poder do rei e o poder de Deus.

Na península Ibérica, o absolutismo formou-se antes do movimento reformista e contou com o apoio do clero católico, uma vez que os vínculos entre a nobreza real e o alto clero eram muito fortes. Na França e na Inglaterra, onde a formação do absolutismo coincide cronologicamente com a reforma religiosa, é que percebemos a utilização da religião ou da igreja na luta pelo poder.

Na Inglaterra, o rei Henrique 8º optou pelo rompimento com a Igreja Católica e pela organização de uma nova igreja oficial, denominada Anglicana, que foi comandada diretamente por ele, que, apoiado pelo Parlamento, controlava o poder político e religioso ao mesmo tempo, consolidando o absolutismo.

Na França, a nova religião, calvinista, serviu de base para a organização do grupo que fez oposição ao absolutismo real, os huguenotes, e foi responsável pelo retardamento da formação do absolutismo.

Dica: As igrejas foram apenas manipuladas pelos interesses políticos? De que maneira as religiões se beneficiaram da organização do absolutismo?





Feito por Luiz Felipe Rodrigues

A Europa Moderna:Grandes Navegações



O reaquecimento do comércio no final da Idade Média trouxe uma série de transformações na economia e na sociedade européia como um todo. A integração comercial com os países do Oriente sedimentou a formação de um amplo mercado consumidor interessado na compra de produtos manufaturados e especiarias provenientes de países como Índia e China. No entanto, esse comércio era caracterizado por alguns entraves que impediam sua expansão.

Para que alguém tivesse acesso a essas mercadorias, era necessário percorrer longas rotas comerciais geralmente intermediadas por árabes, comerciantes de algumas cidades italianas e as grandes feiras que distribuíram tais produtos na Europa. Dessa forma, o valor final destas mercadorias acabava ganhando um valor elevado mediante o grande número de atravessadores que integravam a circulação destes bens. Com isso, este comércio se restringia a uma pequena população de alto poder aquisitivo.

Outro fator que também pesava contra a expansão comercial era a falta de moedas no interior da própria economia européia. A escassez de metais preciosos e o escoamento das moedas disponíveis para o mundo Oriental surgia como um outro empecilho ao desenvolvimento mercantil. Mediante tal situação, o comércio se via prejudicado por tamanha dificuldade e, consequentemente, a expansão de toda a economia européia se via inviabilizada.

A solução para essas dificuldades surgiu por meio de dois acontecimentos históricos que contribuiu no vislumbre de um novo panorama sócio-econômico. Em primeiro lugar, damos destaque ao processo de consolidação das monarquias na Europa, que contou com o forte apoio da burguesia, tendo em vista o seu interesse em viabilizar a formação de um cenário político estável e a propagação de padrões monetários e tributários que pudessem garantir seus lucros.

Paralelamente, para que a prática comercial alcançasse lucros mais expressivos, ocorreu uma procura por novas rotas comerciais que pudessem eliminar os diversos intermediários que costumeiramente participavam desse processo. Além disso, os navegadores dessa época saíram à procura de novas terras onde fosse possível realizar a obtenção de metais preciosos para a fabricação de moedas. Mediante esse novo quadro, temos estabelecido o período das Grandes Navegações.

Sem dúvida, para que esse tipo de empreendimento fosse levado adiante era necessária uma enorme quantidade de capital a ser investido. Nesse aspecto, as monarquias nacionais que se firmaram com o apoio burguês participaram ativamente na formação de expedições marítimas incumbidas de encontrar novas rotas, centros comerciais e áreas de colonização. O interesse monárquico era explicado principalmente pela possibilidade de fortalecimento do Estado mediante um maior volume de impostos a ser arrecadado.

Dessa forma, podemos estabelecer os vários fatores que contribuíram diretamente na aventura marítima que inseriu a Europa no período moderno. A saída aos mares, os novos interesses econômicos e a descoberta de outras terras e civilizações são algumas das conseqüências maiores desse fenômeno histórico que permitiu o fortalecimento da burguesia mercantil européia. A partir de então, o Velho Mundo passou a estar interligado a outras partes do globo de uma forma nunca antes vista.




Feito por Luiz Felipe Rodrigues